sexta-feira, 9 de outubro de 2009

OLIMPÍADAS: A IMPORTÂNCIA DO RP NA ESCOLHA DO RIO 2016


Mágica é efeito sem causa. Nesta linha, a vitória do Rio de Janeiro não tem nada de mágico. Trata-se de um efeito combinado de um planejamento consistente e de uma série de ações de comunicação. Uma vitória inconteste e madura que foi guindada pela área de Relações Públicas, em todas as suas dimensões.
Esta foi uma ação de RPs , de especialistas em estratégias de comunicação sólidas, baseada em planejamento, relacionamento e endereçamento de mensagens para diversos públicos – a começar pelo público prioritário (os membros do Comitê Olímpico Internacional-COI), públicos secundários (influenciadores do primeiro time), imprensa e opinião pública.
Como então convencer a todos (inclusive nós, brasileiros) que a cidade do Rio de Janeiro pode receber um milhão de turistas, sabedores de que é uma cidade repleta de problemas, extremamente insegura? É quase inconcebível saber que a cidade que ficou conhecida recentemente por filmes como “Cidade de Deus”, “Tropa de Elite” e “Ônibus 174”, tenha conseguido superar cidades como Tóquio, Chicago e Madrid.
Trata-se de um exemplo clássico de ação de RP, de fazer inveja à Edward L. Bernays, o pai da matéria.
A cidade do RJ apresentou um argumento extremamente fácil de ser entendido por todos, universal. O de levar os Jogos Olímpicos, pela primeira vez, à América do Sul. Isto é o que Bernays chamava de “big think”, a “idéia matadora”
O COB contratou especialistas no assunto. O mais lembrado é o inglês Mike Lee, responsável pela conquista de Londres, para os jogos de 2.012. Ele entendeu a necessidade de uma combinação de um “empacotamento” vendedor mais a necessidade do trabalho de relacionamento com os integrantes do COI. E isso foi feito de maneira muito competente, pelo que se depreende de uma leitura atenta dos jornais e revistas.
E mais: a campanha envolveu vários artistas e produtores. O jornal O Estado de S. Paulo (“Cinema, uma arma brasileira”, pag. H7 do especial de 3/10/2009) publicou que o Comitê Olímpico Brasileiro-COB escolheu a agência O2, do cineasta Fernando Meirelles (diretor do mesmo “Cidade de Deus”, que mostra um Rio de Janeiro de favelas, corrompido … doce ironia!) para desenvolver a série de filmes que foram apresentados aos membros do COI. Fernando reuniu outros talentos como Renato Rossi, César Charlone, Nando Olival, Paulinho Caruso e Rodrigo Meirelles, todos comandados pelo consultor Scott Givens, da agência Five Currents, americana. Foram produzidos uma série de filmes de uma Rio de Janeiro linda, cinematográfica, sem pobreza.
A campanha dos Jogos Olímpicos foi coroada com a presença de personalidades no dia do evento. A começar pelo presidente Lula, que tem um carisma inegável, que goza de empatia e admiração de todos (um presidente operário, que venceu na vida, quase um “schreck”, simpaticão). Houve também a presença do “rei” Pelé e do escritor Paulo Coelho, um dos autores mais lidos do mundo.

Fonte:www.doutorspin.wordpress.com (Blog e rede social para profissionais de comunicação corporativa do Jornalista Ricardo Braga)

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